Em "A Guerra dos Golfinhos" Flavio Calazans faz sequência experimental em uma escada espiral !

Em "A Guerra dos Golfinhos" eu uso a arquitetura como elemento narrativo...

Na figura os balôes de fala da Conchita descendo a escada em espiral criam uma continuidade espacial dos degraus e continuidade de tempo no ritmo de leitura dos balões, a imagem do casal repete-se , todavia o leitor intuitivamente entende o sintagma ou percurso de semiose, a Semiótica narrativa no espaço-tempo abstraído da prancha ou página de quadrinho!

Sim, esta é prova prática das possibilidades de uma SIMULTÃNEIDADE NARRATIVA que só a página do gibi permite na sua GESTALT ou percepção do todo da página, na qual o leitor percebe ao mesmo tempo o presente, passado e futuro dos personagens mas mentalmente ABSTRAI esta percepção, FALSEIA a COGNIÇÃO para fruir, ter o prazer da leitura , e é esta peculiaridade ÚNICA da NONA ARTE que Will Einser chamava de "ARTE SEQUÊNCIAL" !

"Sumidouro - a aventura submarina no triangulo das bermudas" foi a primeira versao do que viria a ser "Guerra dos Golfinhos" - a "Segunda Guerra Calazanista" .
"GUERRA DOS GOLFINHOS" na verdade é "SUMIDOURO" de 1986 ampliada e com personagens reformulados.


Formatinho de livro de bolso; vendeu tão rápido e com tanto sucesso que reformulei ampliando as 30 paginas para mais de 50.

Acima no recorte de jornal TRIBUNA DE SANTOS onde foi chamada de A PRIMEIRA GRAPHIC NOVEL DA CIDADE DE SANTOS é considerada uma NOVELA DE TESE por fazer dos personagens porta voz de discurso politico filosófico , a exemplo de Graça aranha no livro "CANAAN" de 1902.

‘SUMIDOURO’, primeira novela gráfica santista.

"Calazans explica que a novela gráfica é uma nova dimensão na arte de contar, que vem fazendo sucesso na Europa: “Este novo gênero desafia as fronteiras entre texto e ilustração, ao apresentar a estrutura da novela – uma série de episódios sucessivos em uma paisagem ou época exóticas, sem necessariamente um só personagem principal – contada na forma de história em quadrinhos”.

Sumidouro é também, conforme o autor, uma novela de tese, gênero que tem precedente na literatura nacional, já que Graça Aranha, em 1902, publicou Canaã. Posteriormente, na Europa, Jean Paul Sartre utilizou o mesmo recurso, de fazer o personagem porta-voz de um discurso filosófico que o enredo quer demonstrar, onde a ação segue o discurso".

Jornal "A Tribuna", Santos, 21 de novembro de 1986. página 3 do caderno de artes e cultura.











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