DRUILLET NO BRASIL em 2019 - antes tarde do que nunca? Flavio Calazans

Druillet é um dos grandes nomes da Nona arte,
com um estilo único e uma diagramação ousada que fez escola em todo mundo.
Finalmente em abril de 2019 sai uma compilação de sua obra no Brasil -
Esta edição integral compila os álbuns Les 6 Voyages de Lone Sloane, Delirius, Gail, Chaos e Delirius 2, em 340 páginas coloridas com capa dura metalizada. Lone Sloane (formato 20,5 x 27,5 cm, 340 páginas, R$ 129,90) é o novo lançamento da editora Pipoca e Nanquim

A ousada composição de página de Druillet obriga o leitor a ir girando o álbum para ler a narrativa em poster, forçando um tipo de interatividade nunca tentado antes dele !
Como neste exemplo :


Seu primeiro álbun foi com o personagem "LONE SLOANE" e publicado por ERIC LOSFELD na editora LE TERRAIN VAGUE, no final dos anos 60, na mesma editora que publicou "BARBARELLA", "SAGA DE XAM", "JODELLE" , "PRAVDA", "EPOXY" e outras.


O conjunto da obra de Druillet é provocante e desafiador para todos que desenham quadrinhos, é de se lamentar imensamente que esteja sendo publicado somente mais de quarenta anos depois aqui no Brasil..

Druillet publicava na Pilote de Goscinny e foi, junto a Moebius, Dionnet, Caza e Sérgio Macedo (do Brasil) um dos membros do grupo fundador da editora "LES HUMANOIDES ASSOCIÉS" que publicou desde 1977 a revista "MÉTAL HURLANT" (depois publicada nos USA com o título "HEAVY METAL" que é um estilo musical de Rock)...



Druillet também adapptou para seu estilo de ficção científica o Gustave Flaubert dos livros SALAMBO e CARTHAGE


E até fez, em homenagem ao horror cósmico de H.P. Lovecraft, a versão-Druillet das páginas do NECRONOMICON ou EL AFIF-AFIF



NECRONOMICON de Druillet

NECRONOMICON de Druillet

NECRONOMICON de Druillet

NECRONOMICON de Druillet

NECRONOMICON de Druillet

NECRONOMICON de Druillet

NECRONOMICON de Druillet

de Druillet

E tem mais um detalhe- se alguém me perguntar qual o álbum de HQ mais desagradável e deprimente que eu li, sem a menor dúvida eu responderia de chofre que o mais triste e pesado é LA NUIT de Druiilet,



No álbuns de Druillet que acaba de saiir pela PIPOCA E NANQUIM tem como seu ponto alto (e que deve ser lido antes das histórias em quadrinhos) os textos de Goscinny , Hergê, Dionnet e outros que contextualizam o impacto que tivemos nós que acompanhamos a obra de Druillet desde os anos 60.

Lamento apenas que esteja editado em um formato menor que o europeu, o que reduz um pouco o impacto das páginas na edição brasileira ...


Durante o álbum "LA NUIT" a esposa de Druillet adoeceu e faleceu e ele foi registrando no que seria uma hq de um planeta de motoqueiros cada fase da dor, depressão, perda e luto da morte da amada



e o planeta vai morrendo num apocalipse de desgaste gradual e sofrimento, e Drullet vai inserindo fotografias da esposa como a Deusa mãe do planeta agonizando e decaindo até a morte inevitável de LA NUIT na noite escura da alma, o nigredo, a bilis negra depressiva e triste, sem esperanças...

Um álbum que não é para ser lido por qualquer um, precisa estar MUITO bem e de alto bom humor para suportar as emoções suscitadas em um crescendo por Druillet..


Alex Sarmento perguntou-me se Druillet é um dos autores que influenciou meu estilo, bem, minha primeira resposta seria de repulsa e não - mas refletindo bem, tem algo sim.

Na verdade, como Goscinny que o publicava na PILOTE e declarava francamente detestar a obra de Druillet, mas como editor tinha a obrigação de dar espaço a ele pela inovação da narrativa visual em posters ,

eu também nunca gostei do traço nem dos temas dele,

salvo "VUZZ" pelo estilo caligráfico (que até o MOEBIUS declarou invejar)
VUZZ é um tipo de Conan, mas extremado, estuprador e canibal, um episódio escatológico é quando ele rasga o ventre de uma gigante e entra no corpo, onde encontra moças devoradas antes e fuma maconha com elas, a fumaça faz a gigante soltar um PUM ou PEIDO, um FLATO, e expelir VUZZ pelo ãnus, a gigante surpresa pensa ser Vuzz seu filhote e passa a cria-lo o levando sempre no colo, chegando a, durante um banho o lavando, ao Vuzz ter uma ereção ela gulosamente chupar em fellatio o Falo ereto -- obviamente este foi o único episódio de obra de Druillet publicado no Brasil, lamentavelmente em um revista de pirataria "DEJÀ VU" que creio ser do tipo de mau gosto de um pirata da baixeza da escória de 'editores' como 'Gil Fimose' e seu apaixonado marido 'Tom Pangaré' (meus advogados recomendam sempre somente usar pseudônimos destes monstros para dificultar novos processos deles por eu falar a Verdade) e esta escolha descontextualizada do episódio do peido-parto não podia ser pior para a única visão de Druillet pelos jovens leitores...

"VUZZ" é um caso interessante junto à sequência "LA BAS"


"URM le FOU", pelo grande final irônico

mas a diagramação em poster que faço deve ter mais algo do "GRUPO DAS 24" de Mangá e alguma menor pitada de Druillet , talvez..

Recordo que até o Enki BILAL no seu primeiro álbum "LE BAL MAUDIT" tinha páginas diagramadas em poster claramente inspiradas na narrativa de Druillet-


Aqui páginas de BILAL no "Le Bal Maudit" que lembram muito Druillet -


"O francês PHILIPPE DRUILLET, nascido em 1944, é um artista completo, precursor e referência em todos os meios aos quais se dedicou. Em sua primeira publicação, Le Mystère des Abîmes, de 1966, apresentou seu recorrente herói Lone Sloane, que marca um ponto de ruptura no cenário das HQs mundiais.

Depois de se tornar colaborador regular da revista franco-belga Pilote, em 1970, a saga de seu personagem Lone Sloane floresceu maravilhosamente, conforme ele inovava o leiaute das páginas, as composições e o uso das cores, rompendo todos os paradigmas da Nona Arte.

Em 1974, o artista se juntou a Moebius, Jean-Pierre Dionnet e Bernard Farkas para fundar a editora Les Humanoïdes Associés e lançar a emblemática revista Métal Hurlant.

No ano seguinte, devastado pela morte de sua esposa, Nicole, Druillet expôs seus sentimentos em La Nuit, uma história violenta e arrebatadora.

Entre ilustrações para capas de discos e livros, pin-ups e histórias curtas, em 1980, publicou Salammbô, uma trilogia em quadrinhos baseada no clássico livro de Gustave Flaubert.

Além do trabalho como quadrinista, também se dedicou à fotografia, arquitetura, música, pintura, escultura e computação gráfica.

Foi designer de produção do filme O Comboio do Medo, de William Friedkin, em 1976, e fez os pôsteres de A Guerra do Fogo
e O Nome da Rosa,
a convite de Jean-Jacques Annaud.

Sua arte teve forte influência em cineastas ao redor do mundo, como Ridley Scott, George Miller, John Landis e George Lucas, que inclusive agradeceu publicamente ao quadrinista pela constante inspiração para desenvolver Star Wars."



LE FRISSON DES VAMPIRES - poster de Druillet.


Quem deve estar receoso deste lançamento da obra de Druillet no Brasil é o Irmão Xipófago do "CIBECAFÈ", aquele biltre traidor, o "Flatulento Fétido" (meus advogados recomendam usar pseudônimos destes monstros para dificultar novos processos deles por eu falar a Verdade)

- pois o Flatulento PLAGEIA o DRUILLET faz anos e o pouco que consegue aparecer é por poucos conhecerem Druilet e atribuirem ao Flatulento a genialidade das diagramações !

O próprio Cibercafé é , ele também, um plágio, só que do Zé do Caixão com cartola e capa !

Gente pobre de espírito !

Também, esta dupla de invertidos se orgulha de serem ambos muito obedientes e submissos ao ValdoMijo,

e até esta escória dos irmãos Xipófagos (cibercafé e Flatulento Fétido) tem seus esbirros e prepostos como o roteirista que ninguém se lembra mais, Ivo Inwertein !

Comentários

  1. Parte do material do Druillet eu tenho na melhor fase da Heavy Metal ainda nos fins dos anos 70. Essa edição do PN parece estar de fato primorosa como tudo o que eles tem feito até agora, mas vou passar, se puder ler emprestado de alguém, ótimo. Na verdade nunca comprei um livro desta editora, parei de colecionar coisas, meu bolso e espaço não comportam mais, infelizmente. Mas o principal motivo para meu gradativo afastamento do universo dos quadrinhos é meu desencanto com tudo isso.
    Grande abraço!

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  2. Historinha edificante de hoje:
    Conversando com um jovem consumidor (que só conhece super heróis publicados pela Panini) comentei que o Han Solo de STAR WARS é claramente copiado do LONE SLOANE do Druillet.
    O revólver de cowboy no cinturão, a nave, a atitude. o corte de cabelo , etc..
    Leio a resposta dele em tom arrogante e ofensivo dizendo que não sei nada pois a "gráfica novel" Lone Sloane é de 2019 e o primeiro Star Wars é de 1977 e foi o Druillet quem copiou o George Lucas.
    Então respondi que o primeuro álbum de Lone Eliane saiu na França publicado por Eric Losfeld na editora Lê Terrain Vague faz um tempão, lá no final dos anos 60.
    Este álbum da PIPOCA E NANQUIM de 2019 com a capa prateada é que chegou 40 anos atrasado.
    O menino ficou magoado e ofendido e me bloqueou.
    O que eu fiz de errado?

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  3. O álbum original tem formato europeu, a redução do formato destrói o impacto da arte em cenários e arquiteturas, bem como na composição de página de Druillet que foi inovadora nos anos 60-70 , além de reduzir demasiado as letrinhas nos balões de forma cansativa e ilegível.

    É lamentável ver chegar ao Brasil uma obra de quadrinho de autor mais de 40 anos depois e editada com formato MUITO menor do que fpi planejado pelo autor.

    Para colecionadores é melhor ter esta distorção do que nunca ter visto nada do autor Druillet, fundador da revista METAL HURLANT (Heavy Metal) que até o famoso no Brasil MOEBIUS dizia invejar o estilo.

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