Convidado Flavio Quiles -Wamarren Ellis em “Verão Negro”, “Herói Nenhum” e “SuperDeus

Em 1986, Alan Moore remodelou o conceito de super herói perfeito quando criou Watchmen. Desvio de caráter e vícios trouxeram mais humanidade aos personagens, tornando tênue, a linha moral que caracterizava os super heróis tradicionais até então. Os heróis nunca mais foram os mesmos. Nem os quadrinhos.

Essa abordagem, essa desconstrução é feita com maestria por Warren Ellis em “Verão Negro”, “Herói Nenhum” e “SuperDeus”. Três arcos independentes, sem nenhuma ligação entre si, que podem ser lidos em qualquer ordem. Essas diferentes histórias fazem parte de uma ‘Trilogia Temática’ como o próprio escritor as define.

“Verão Negro (2007) e “Herói Nenhum (2008) contam com a arte detalhista e visceral de Juan Jose Ryp, um elemento a parte para ser apreciado e que se destaca na obra de Ellis.
Lembra a arte de Geoff Darrow, que trabalhou nos impressionantes Story Boards da pelicula Matrix, e nos quadrinhos para ‘Hard Boiled’ de Frank Miller.

Após a arte de Ryp caracterizar as duas primeiras obras,
fica uma sensação de erro na escolha de um diferente artista no Terceiro trabalho,
mas Garrie Gastonny prova que não há erro. Com extrema eficiência e qualidade, ele fecha com chave de ouro assinando a arte de “SuperDeus (2009)

Conheça As edições:

Em “Verão Negro‘ Ellis conta a história de um super grupo de humanos modificados, os “Sete Armas”, que com exceção de seu ex líder, John Horus estão inativos e vivendo suas vidas, até que Horus decide eliminar o presidente dos Estados unidos na Casa Branca por causa da corrupção do governo, e exige q se façam novas eleições sob seu monitoramento.
As forças armadas e um grupo mercenário ligado a um ex aliado partem pro ataque á Horus e o resto de sua equipe, por acreditar que em algum momento esses outros ambém se tornarão uma ameaça, e assim como Horus podem tomar atitudes drásticas.

Em “Herói Nenhum” a ação é centrada no corporativismo de um supergrupo de herois chamado de ‘A Fronteira’ criado por Garrick Materson, cientista que criou a droga FX7, variante de um psicodélico dos anos 60 e que dá poderes a quem tomar.
Quando alguns desses heróis são mortos, Garrick recruta Joshua Carver ao mesmo tempo que tenta descobrir quem esta atacando os membros de seu grupo.
Nem tudo sai como Garrick planejava e Joshua descobre que os heróis não são o que ele pensava.

“SuperDeus” é um relato feito pelo Doutor Simon Reddin sobre experiências das potencias em criar seu próprio super herói. Como em uma corrida armamentista, cada potência vendo a criação da outra como uma ameaça. Ao mesmo tempo que percebem que nunca tivram realmente total, ou nenhum controle sobre seus próprios Heróis. Tudo leva ao que pode ser um conflito sem precedentes. E se a humanidade sobreviverá a esse confronto já não é mais uma certeza.

“Verão Negro” é sobre Super Seres que são humanos demais, “Herói Nenhum” mostra Super Seres que são totalmente Inumanos, e “SuperDeus” é sobre Super Seres que não mais são humanos, e vieram a se tornar algo a mais.

Os personagens não têm a pretensão de ser profundos.
O cenário é o personagem de destaque aqui: uma sociedade que num momento pede pelos Super Heróis e os venera, e no outro, num piscar de olhos,

os teme.
Out destaque são as corporações,
com seus vis interesses que atendem aos anseios tanto de seus líderes, com interesses escusos, como das pessoas comuns cujo único interesse é segurança.

Tudo isso nos leva a uma pergunta:

Pra que precisamos de um Super Herói?

Imperdível pra quem gosta de Warren Ellis, pra quem gosta dessa vertente de desconstrução de Heróis, pra quem gosta de quadrinhos e de uma boa estória.

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