O Milagre de Fátima: O Milagre é a Mensagem. - por Flavio Calazans zans zans.

O Milagre de Fátima



Onde: Portugal, colina próxima do vilarejo de Fátima.

Quando: dia 13 de outubro do ano de 1917 Depois de Cristo, meio-dia, durando dez minutos.

O que: Milagre da “Dança do Sol”.

Quem: três crianças pastoras, pobres camponesas, mais as testemunhas que vieram para o evento agendado antecipadamente com data e horário, entre 30 a 70 mil testemunhas, incluindo ateus, comunistas, maçons anti-clericais e gnósticos, iluministas odiando o cristianismo, cientistas cartesianos-positivistas céticos, jornalistas militantes ativistas aparelhados de Gramsci na mídia, todo tipo de gente, tinha até mesmo católicos praticantes (isto foi ironia minha como tentativa de chiste espirituoso).

Porque: as três crianças pequenas alegavam ter presenciado a aparição da Virgem Maria, precedida da apresentação do “Anjo de Portugal” ou anjo da guarda da nação lusófona (“A minha pátria é a língua portuguesa” disse o poeta Fernando Pessoa), e a santa teria trazido mensagens sobre a vida humana, profetizado uma “Segunda Guerra Mundial” precedido de luzes no céu e a “Rússia iria espalhar seus erros por todo o mundo” e marcou dia e hora para um milagre que foi depois chamado de “a dança do sol”.

Na internet há esta frase “Perdoe-me a carta longa, não tive tempo de ser breve” atribuída a Padre Vieira e muitos outros, perdoe-me pois eu não tive tempo para ser breve neste texto a seguir.

A) Preliminarmente agradeço a Shirlei Massapust por ter me perguntado o que eu acho do Milagre de Fátima em Portugal, provocação esta a qual me motivou a organizar pensamentos e redigir este texto; ao pedir a minha opinião Shirlei foi a musa inspiradora destas reflexões e ponderações, “peça e te será dado”.

B) Em segundo lugar, sem ser nominalista, tendo em vista que as coisas tem nomes que as descrevem e definem circunscrevendo significados, eu sempre começo pela etimologia, assim sendo “milagre” é uma palavra cuja origem está no idioma latim “MIRACULUM” e significa alguma coisa no mundo que é mirada, deve estar na mira, algum fenômeno digno de ser mirado, olhado com atenção, contemplado; um milagre conclama, convida a olhar para um fato, uma ocorrência acontecida no mundo.

Permita-me uma “divagação” pertinente no contexto, um aposto, entre parêntesis: ter na mira significa apontar, o objetivo do arqueiro caçando para a família é acertar o alvo e levar comida.

Por conseguinte, a palavra “pecado” (do original grego "hamartia") significa ERRAR O ALVO, falha em atingir a marca, se perder do objetivo, falha em alcançar a finalidade para a qual se foi criado.

Segundo Frithjof Schuon o pecado teria três estágios:

1) Ignorância – sem ter sido ensinado ou estudado, pensado, o pecador desconhece a estrutura da realidade e seu lugar, sua razão de ser, sua meta. Esqueceu os princípios jusnaturalistas (Aleteia, verdade em grego, significa: “A” – partícula negativa; e “Lethos” é o rio no Hades-inferno cuja água os mortos bebem para esquecer que deixaram entes queridos, pela compaixão dos deuses tem o alento de não lembrar, assim etimologicamente Aleteia significa DES-ESQUECER, relembrar, recuperar, recordar da verdade, das leis de Deus que já estão em nossa alma).

2) Fraqueza- sabendo o que é certo o pecador prefere ficar sossegado sem ter trabalho, é a preguiça, o pecado por omissão, juridicamente é a CULPA por negligência.

3) Maldade- o pecador escolhe privilegiar sua autodefesa em detrimento de outra pessoa ou pessoas, é o “des-amor” ao próximo, a opção de causar sofrimento ao outro, o DOLO intencional. (retirei de Ronald Robson “Conhecimento por presença” páginas 371-376).

Perdão vem do latim Per-Donare, por meio do dom, completar o dom da graça agindo, usando o dom, desenho vem de Designio, DIO SIGNO, o dom de desenhar é um sinal da graça de Deus, um DESGNIO, o artista foi DESIGNADO para uma missão.

"Pois é perdoando que se é perdoado" Bíblia, Mt 5.7; 6.14-15; Mc 11.25; Lc 6.37; Cl 3.13.

Fecho o parêntesis desta “divagação’, a qual, em verdade, sempre foi uma digressão oportuna, pertinente e didática.

Assim o sendo, recapitulo, o milagre é algo que acontece no mundo material que chama a atenção e merece ficar na mira.

Desde o Século XVIII os Professores Doutores do Leste Europeu praticam a divisão do conhecimento em duas grandes áreas:

1) Ciências da Natureza (Naturwissenschaften) cujos métodos são EXPLICATIVOS (Erklärung), como a Física, Química, Geologia, Biologia, etc.

2) Ciências do Espírito (Gemeinenwissenschaften) ou da cultura, cujos métodos são da COMPREENSÃO (Verständnis); a interpretação (Hermenêutica) dos signos (Semiótica) culturais, psico-antropológicos, a linguagem da Literatura, Poesia, Arte e Mídia.

O fenômeno do evento milagroso não é explicável (Erklärung), é para ser compreendido (Verständnis), epistemologicamente parece pertencer às “Ciências da Natureza” cujas metodologias são explicativas, matemático-físico-quimicamente demonstradas, mas em verdade tem efeitos nas pessoas testemunhas, sendo enquadrado, em ultima instancia, como objeto das “Ciências da Cultura” cujas metodologias são compreensivas, Hermenêuticas, o que faz da ocorrência predominantemente passível de abordagem TRANSDISCIPLINAR.

Aqui nossa conversa revela que o milagre deixou de ser tratado tal como uma abordagem meramente didática ou “pedagógica” para assumir-se “psicogógica’, um “falar à alma”, alma em grego é “psiquê” e “gogia” é usar o gogó, falar, dialogar sobre milagres é assumir que estes falam às almas dos que são testemunhas e foram tocados pela graça divina desta compreensão hermenêutica do fenômeno ocorrido na natureza física (pleonasmo etimológico, “natura” em latim e “fisis” em grego são ambas palavras cujo significado é o mundo real que nos cerca).

Sublinhando: o milagre na natureza causa efeitos nas almas das testemunhas, o milagre assume então uma dimensão de significado, simbólica, de ser SIMBOLO – palavra com origem no grego “symbolon” (σύμβολον), designa um tipo de signo em que o significante (realidade concreta) representa como significado de algo abstrato (religiões, nações, filosofias, valores, princípios, axiomas não demonstráveis e evidentes).

Decompondo a palavra etimologicamente "símbolo" vem do grego “SIM” que significa sintonia, sincronia, sinfonia, afinado, marchando junto; e “BALLO”, que significa lançar ou jogar, ou seja, lançar-se juntos, ir na mesma direção unidos, ter uma meta ou objetivo, ter um ponto de mira, um alvo, seguir um trajeto, um caminho (Tao em Chinês) o símbolo é o que nos une, nos junta em comunidade, em comunhão; símbolo é aquilo que nos une.

O milagre ilumina conexões. Faz nexos simbólicos, dá sentido e significado. Joga o feixe de luz da lanterna da razão.

Iluminar é trazer á luz do dia, e de dia a luz que ilumina é a luz oriunda do sol, cuja luz ilumina aqui e agora.

A palavra "DEUS" vem do indoeuropeu "DYAUSH”, que significa "luminoso". Essa palavra também deu origem à palavra "DIA" (período luminoso, sob a luz do Sol), daí o faraó egípcio “Amenófis Quarto” mudar seu nome para “AQUENATON” e criar o primeiro monoteísmo, o culto do Deus-Sol “ATOM” que brilha igual para todos os seres e coisas neste planeta.

À luz do Dia podemos ver a Verdade (fora das sombras mentirosas do “Mito da Caverna” de Platão); e a busca da verdade sempre constituiu um dos problemas fundamentais da Filosofia; sem essa busca não existiriam filósofos. Sua preocupação primeira tem sido, em todos os tempos, situar a vida humana sob o aspecto da verdade, Aleteia, des-esquecer.

Não é que o poeta romano Horácio criou a frase: “CARPE DIEM”, que em latim queria dizer “aproveite a colheita”, mas pode ser traduzido também como “aproveite o DIA”, ou “aproveite o momento”, aconselhando a sua amiga Leuconói na frase: “Carpe diem, quam minimum credula póstero”. Uma tradução possível para a frase seria “aproveite o DIA de hoje e confie o mínimo possível no amanhã”.

Frase também dita em outros termos pelo advogado romano estóico Seneca: “Singula dies, singula vitae puta”, ou seja, “pensa que cada DIA é por si só uma existência”, assim conseguiremos valorizar cada momento, traduzindo o “amor” em tudo aquilo que fizermos, dando o melhor de nós a cada ato como se fosse o último, o legado.

Meio-dia é o sol a pino, com sua força em plenitude, sem sombras, banindo as trevas, daí o milagre da “Dança do Sol” ocorrer tão simbolicamente ao Meio-Dia!

O “Dia”, palavra com mesma origem etimológica da palavra “Deus”!

Recorde que Deus é “AQUELE QUE É”, o momento, no aqui e agora.

Jesus crucificado entre dois ladrões: um pergunta do passado dele e seus milagres, é a mente do pretérito-imperfeito com seus remorsos remordidos; o outro ladrão pergunta do futuro no céu, é a mente do sonho de um futuro-mais-que-perfeito; ambos ladrões tentam roubar a mente do aqui-agora, do gerúndio, de viver este momento do agora e aqui neste lugar (este exemplo tirei de um professor de filosofia indiano nascido Chandra Mohan Jain, também conhecido como Bhagwan Shree Rajneesh e posteriormente como Osho).

O milagre ilumina aqui e agora no tempo presente, tal qual a luz do sol durante o dia, e plenamente ao meio-dia.

“Philosophia ancilla theologiae” ("A filosofia é serva da teologia") é uma frase latina que expressa que a razão natural (não iluminada pela graça ou revelação) é subserviente à teologia como a mais alta ciência.

O milagre em uma observação apressada, intempestiva e, por conseguinte, superficial, tem a aparência de ser “contra-natura”, contrário à natureza, todavia o fato, a ocorrência digna de ser mirada, não é uma miragem, alucinação coletiva nem tampouco histeria de massas, o milagre existe de fato e fazendo uso das leis da natureza, o que acrescenta ao milagre a sua dimensão simbólica.

Credo quia absurdum” é uma frase latina que significa "eu acredito porque é absurdo", originalmente atribuída erroneamente a Tertuliano no texto “De Carne Christi”; e também atribuída a Santo Agostinho.

Entretanto o milagre não é absurdo ou ilógico ou “contra natura”, é a própria natureza sendo usada para mensagem, simbolizar, tal qual você e eu usamos palavras, sejam tais digitadas no teclado pelo dedo biológico de minha mão ou faladas pelo sopro de ar de meus pulmões modelados por minha boca, fonemas linguodentais ou bilabiais.

O padre Quevedo no seu livro “Milagre: a Ciência confirma a fé” afirma: “Este livro constitui o objeto de minha vida de parapsicólogo” (página 7) e aborda uma miríade de milagres e suas explicações científicas.

Retornando a Ronald Robson (op.cit.) em 1917 lá em Fátima a Virgem Maria profetizou às três crianças que uma luz no céu antecederia uma “Segunda Guerra Mundial”; em 25 e 26 de janeiro de 1938 ocorreu uma tempestade geomagnética iluminando o céu da Europa, o fenômeno não havia ocorrido nos últimos dois séculos, cientificamente explicado, mas como explicar que três criancinhas camponesas soubessem disto em 1917?

A “Segunda Guerra Mundial” prevista em 1917 na profecia de Fátima iniciou-se em 1 de setembro de 1939 e durou até 2 de setembro de 1945.

A luz no céu profetizada para acontecer antes da guerra ocorreu em 1938 e a Guerra iniciou-se em 1939. Com honestidade: podemos chamar isto de “coincidências”? Qual a probabilidade?

Por outro lado, e quanto à “Dança do Sol”?

30 a 70 mil testemunhas compareceram no dia e hora agendados com antecedência pelas três crianças pastoras, que alegavam que a Virgem Maria profetizara um milagre no céu visível a todos.

No dia marcado de 13 de outubro de 1917 ao meio-dia esta multidão testemunhou o sol mudar de lugar dançando pelo céu e no final aproximar-se da terra fazendo todos gritarem de terror e pânico, algo inesquecível para todas estas testemunhas devido ao choque emocional.

Contudo o milagre teve explicações científicas.

O Físico Arthur Wirowski explicou que a reflexão da luz na atmosfera permitiu às pessoas olharem direta e fixamente o sol por tempo demais e sem sentir-se ofuscadas, tente olhar o sol por dez minutos, foi o tempo do fenômeno.

Stanley Jaki explicou como um fenômeno meteorológico o sol dançar e se aproximar.

Mas então temos uma questão simples: ambos fenômenos RARISSIMOS ocorreram juntos e sincronizados naquele local exato e na hora marcada e foi PROFETIZADO, previsto com muita antecedência, por três crianças camponesas.

Ora, mesmo hoje não temos tecnologia para prever com tanta exatidão sequer se vai mesmo chover esta semana; é IMPOSSIVEL prever a conjunção de dois fenômenos raros com tamanha exatidão de dia e hora. Com honestidade: podemos chamar isto de “coincidências”? Qual a probabilidade?

Deste modo, há de constar que fenômenos naturais com explicação cientifica devido a terem sido profetizados, anunciados, em um contexto de mensagem, passam a ser significado, tomam a dimensão simbólica, simbolizam.

"Nós falamos com palavras, Deus fala com palavras e coisas" (São Tomás de Aquino).

Estas coisas são os milagres, e, por palavras anunciada “Dança do Sol” e a também anunciada “luz no céu” antecedendo a Segunda Guerra Mundial.

Esta é a razão do milagre.

O milagre é a mensagem.

O fenômeno dito antecipadamente torna-se o símbolo.

- “Quando os homens chegaram junto dele, disseram: João Batista enviou-nos para te perguntar: És tu aquele que estava para vir ou esperaremos outro? Então, Jesus lhes respondeu: Ide e anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres, anuncia-se-lhes o evangelho”. Bíblia, Lucas 7:21-22.

Os milagres são o símbolo do cristianismo.

O Evangelho é uma palavra originária do idioma grego, “euangelion” (ευαγγέλιον, eu=bom, Angelion=mensagem, mesma palavra que usamos em “anjo”, mensageiro).

“Euangelion” significa “boa notícia”, “boa mensagem” ou “boa nova”.

Mas advirto que há coisas prenhes de uma "lógica abrasiva" que supera em muito o paradoxo e não se reduz a ser comunicada em palavras.

Não peço que aceite ou acompanhe um raciocínio lógico agora, pois estou sendo pessoal e subjetivo e a “Teologia Mística” não pode ser comunicada mas somente sentida, experimentada, quando muito insinuada pela poesia.

O texto em prosa a seguir é uma tentativa ineficaz e não precisa perder tempo lendo, pois o conteúdo não se reduz ao verbal, a razão ou lógica.

Estive duas vezes em Fátima com intervalo de décadas e em ambas as vezes não senti nada.



Sinto uma atmosfera ou "eletricidade no ar" em certos lugares místicos: Catedral de Toledo, de Burgos (El Cid sepultado), Túmulo de Inez de Castro e Pedro Primeiro, Mont Saint Michel, Basílica de Tremembé (perto de Taubaté, sem sapatos, uma amiga sufi me levou lá e ensinou-me a sentir o pulsando ritmo do telurismo da linha ley e como receber e enviar forca élan vital ou enviar vontades por meio destas correntezas tectônicas, antes desta amiga eu só usava o clássico método persa dos magos de receber pela mão esquerda e enviar pela direita, o mesmo da benção cristã ortodoxa e copta e do passe do druida Kardec).

Meu avô materno e minha mãe tinham esta sensibilidade e sofreram com isto por toda vida; e então eu dediquei minha vida a aprender tudo que possa bloquear isto, do Surf Kahuna havaiano a Cabalá judaica, da Alquimia a Astrologia, e por volta dos meus 30 anos eu já obtinha 80 a 90 % de sucesso bloqueando, com alimentos verdes escuros e técnicas da Yoga hindu e Wu Chu cantonês.

Em Lourdes sinto esta “eletricidade” e sinto na água milagrosa, não sinto em Fátima, respeitando meus sentidos, para mim o que se deu em Fátima já passou, mas sinto que a aparição de Lourdes permanece no ambiente e se condensa e manifesta nas águas da fonte milagrosa.

Ao assistir o filme em preto e branco de 1950 “OS TRES SEGREDOS DE FÁTIMA”, fui preenchido de uma alegria e graça e por minhas faces corriam lágrimas de êxtase, fui tocado por uma comoção tão profunda devido a compreender o milagre da dança do sol, e depois deste filme fui procurar e ler tudo o que escrevi acima, tentando transformar em palavras e compartilhar pelo menos uma fração do que senti no filme, o qual recomendo enfaticamente na mesma proporção a qual des-recomendo outros filmes cujo assunto é Fátima, pois neles senti o oposto do toque amoroso da divindade.



Por enquanto é o que consigo dizer.

Espero que tudo acima te inspire a procurar por si a compreensão do milagre de Fátima...dos milagres no plural.

Fontes:

Ronald Robson “Conhecimento por presença”.

Oscar Quevedo “MILAGRES: a Ciência confirma a fé”.

https://calazanista.blogspot.com/2022/04/os-4-estados-da-mente-em-relacao.html

Comentários

  1. Eu havia esquecido sobre o Milagre de Fátima, resgatada após lido o supracitado texto. Lembro-me que na antiga casa dos meus pais, sobre a minha cama, havia um quadro que retratava as três crianças de joelhos entorno de uma pequena árvore e, sobre ela, a imagem da Virgem Santísssima Eu, sempre fui intrigado por aquela imagem, e dobrei o joelho imitando aquelas crianças. Eu percebi que na porta do meu quarto (na verdade, era grande o quarto onde dormíamos eu e mais quatro irmãos) estava minha mãe me olhando. Além disso, havia o filme que passava todo ano na tevê sobre o Milagre. Você resgatou algo que há muito havia esquecido e que, saudosamente, relembrou meu passado infantil, mas de muito significado.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Calazans na Catedral

Honestidade Intelectual.

FALÁCIAS LÒGICAS