FLusser e Calazans zans zans © - zans zans suɐzɐlɐɔ
Durante meu mestrado fui orientado na ECA USP pelo Dr, Modesto Farina, italiano filho de consul nascido no Egito, que foi orientado pelo Filósofo BENEDETTO CROCE, na academia Croce seria meu “avô acadêmico” e Farina meu patrono ou pai acadêmico.
Como orientado do Farina tive acesso aos encontros da BASF do grupo de pesquisas “CASA DA COR”, onde tive o choque estremecedor e estarrecedor de presenciar a palestra de “VILÉM FLUSSER” (Praga, 12 de maio de 1920 — Praga, 27 de novembro de 1991).
Flusser era filósofo autodidata, judeu nascido em Praga, Tchéquia, morou no Brasil e escreveu sua obra filosófica em idioma português, com livros publicados em todo o mundo, foi o Filósofo das Tecnologias, das Imagens Técnicas, da Fotografia e Imagem digital, lecionou “Filosofia da Ciência” da POLI USP e “Teoria da Comunicação” na FAAP.
O impacto de ouvir e ver Flusser por uma hora pensando a “civilização judaico-cristã” mudou minha vida e direcionou minha postura dali para sempre; com minhas alunas de artes (cujos maridos engenheiros foram alunos de Flusser) eu consegui fotocópias xerox de três jogos das apostilas mimeografadas que Flusser distribuía nas aulas da Poli, e cada jogo era diferente, em cada aula de cada ano Flusser comentava aspectos diferentes da realidade, era uma filosofia sobre o mundo real, era VERDADEIRA!
Consegui as cartas de Flusser à “CASA DA COR”, projeto da BASF que Flusser era “O” mentor! Li tudo o que pude e consegui todos os livros dele em sebos (“Pós-História”, “Natural:Mente”, “Língua e Realidade”, etc.), pois não existia Internet; xeroquei artigos dele em revistas científicas das bibliotecas, estudando e relendo percebi as sutilezas do humor judaico e a fina ironia socrática permeando a fala flusseriana; um ano depois no encontro seguinte da “CASA DA COR” assisti a segunda palestra de Flusser já muito bem preparado e tomei coragem de abordar Flusser e conseguir um autógrafo dele.
Minhas aulas mudaram de tom, passei a filosofar, a articular meu processo de pensamento e de fala na maneira a qual Flusser mostrou por seu exemplo.
Os meus textos também mudaram de textura, tessitura, tecido, uma outra qualidade foi acrescida ao meu pensamento e não sei como explicar em palavras, é um mistério (O termo grego “MYSTIKÓS” – “μυστικός” tem em sua raiz o verbo “MYO”, que significa “fechar” e, em particular, “fechar os olhos”, e também fechar a boca, calar-se, pois a experiência fica além das palavras, do verbal; em Filosofia e Teologia “mística” significa a busca para alcançar comunhão ou identidade consigo mesmo, com o divino, com a Verdade espiritual, ou com Deus através da experiência direta, intuição; os gregos chamavam “Místico” a pessoa iniciada nos “Mistérios de Elêusis” -também conhecidos como “Mistérios Eleusinos” - eram ritos de iniciação ao culto das deusas agrícolas Deméter e Perséfone, que se celebravam em Elêusis, localidade da Grécia próxima a Atenas. Eram considerados os de maior importância entre todos os que se celebravam na antiguidade).
zans zans suɐzɐlɐɔ © .
Toda obra flusseriana é sempre um inentivo a pensar e refletir, de um filósofo judeu de Praga que é pouco conhecido no país onde criou seus melhores textos.
Flusser tem inspirado dúzias de teses acadêmicas, muitas publicadas em livro, e muitas mal-compreendidas, pois como o conhecí sinto sua voz no texto e , como ocorre com quem conheçeu o autor, posso intuir onde Flusser está sendo provocativo com suas ironias, o que escapa a alguns usuários de suas teorias e elocubrações,
como a querela sobre a morte da arte em um famoso jornal onde saiu página inteira com Flusser afirmando que o suporte da arte acaba com a exposição do urinol público de Duchamp e que pintar uma monalisa hoje seria produzir lixo,
frases de Flusser descontextualizadas e sem seu sorriso ironizando são facilmente mal-compreendidas,
o meu prazer em ler textos de flusser é sentir sua voz sob o texto, o homem que se sobrepõe ao próprio pensamento, e como todo bom judeu praticante, sabendo rir de si mesmo (vide o livro do brasileiro genial criador do micro-conto -para-ler-entree-duas-estações-do-metrô Moacyr Scliar :"Humor Judaico")
Como orientado do Farina tive acesso aos encontros da BASF do grupo de pesquisas “CASA DA COR”, onde tive o choque estremecedor e estarrecedor de presenciar a palestra de “VILÉM FLUSSER” (Praga, 12 de maio de 1920 — Praga, 27 de novembro de 1991).
Flusser era filósofo autodidata, judeu nascido em Praga, Tchéquia, morou no Brasil e escreveu sua obra filosófica em idioma português, com livros publicados em todo o mundo, foi o Filósofo das Tecnologias, das Imagens Técnicas, da Fotografia e Imagem digital, lecionou “Filosofia da Ciência” da POLI USP e “Teoria da Comunicação” na FAAP.
O impacto de ouvir e ver Flusser por uma hora pensando a “civilização judaico-cristã” mudou minha vida e direcionou minha postura dali para sempre; com minhas alunas de artes (cujos maridos engenheiros foram alunos de Flusser) eu consegui fotocópias xerox de três jogos das apostilas mimeografadas que Flusser distribuía nas aulas da Poli, e cada jogo era diferente, em cada aula de cada ano Flusser comentava aspectos diferentes da realidade, era uma filosofia sobre o mundo real, era VERDADEIRA!
Consegui as cartas de Flusser à “CASA DA COR”, projeto da BASF que Flusser era “O” mentor! Li tudo o que pude e consegui todos os livros dele em sebos (“Pós-História”, “Natural:Mente”, “Língua e Realidade”, etc.), pois não existia Internet; xeroquei artigos dele em revistas científicas das bibliotecas, estudando e relendo percebi as sutilezas do humor judaico e a fina ironia socrática permeando a fala flusseriana; um ano depois no encontro seguinte da “CASA DA COR” assisti a segunda palestra de Flusser já muito bem preparado e tomei coragem de abordar Flusser e conseguir um autógrafo dele.
Minhas aulas mudaram de tom, passei a filosofar, a articular meu processo de pensamento e de fala na maneira a qual Flusser mostrou por seu exemplo.
Os meus textos também mudaram de textura, tessitura, tecido, uma outra qualidade foi acrescida ao meu pensamento e não sei como explicar em palavras, é um mistério (O termo grego “MYSTIKÓS” – “μυστικός” tem em sua raiz o verbo “MYO”, que significa “fechar” e, em particular, “fechar os olhos”, e também fechar a boca, calar-se, pois a experiência fica além das palavras, do verbal; em Filosofia e Teologia “mística” significa a busca para alcançar comunhão ou identidade consigo mesmo, com o divino, com a Verdade espiritual, ou com Deus através da experiência direta, intuição; os gregos chamavam “Místico” a pessoa iniciada nos “Mistérios de Elêusis” -também conhecidos como “Mistérios Eleusinos” - eram ritos de iniciação ao culto das deusas agrícolas Deméter e Perséfone, que se celebravam em Elêusis, localidade da Grécia próxima a Atenas. Eram considerados os de maior importância entre todos os que se celebravam na antiguidade).
zans zans suɐzɐlɐɔ © .
Toda obra flusseriana é sempre um inentivo a pensar e refletir, de um filósofo judeu de Praga que é pouco conhecido no país onde criou seus melhores textos.
Flusser tem inspirado dúzias de teses acadêmicas, muitas publicadas em livro, e muitas mal-compreendidas, pois como o conhecí sinto sua voz no texto e , como ocorre com quem conheçeu o autor, posso intuir onde Flusser está sendo provocativo com suas ironias, o que escapa a alguns usuários de suas teorias e elocubrações,
como a querela sobre a morte da arte em um famoso jornal onde saiu página inteira com Flusser afirmando que o suporte da arte acaba com a exposição do urinol público de Duchamp e que pintar uma monalisa hoje seria produzir lixo,
frases de Flusser descontextualizadas e sem seu sorriso ironizando são facilmente mal-compreendidas,
o meu prazer em ler textos de flusser é sentir sua voz sob o texto, o homem que se sobrepõe ao próprio pensamento, e como todo bom judeu praticante, sabendo rir de si mesmo (vide o livro do brasileiro genial criador do micro-conto -para-ler-entree-duas-estações-do-metrô Moacyr Scliar :"Humor Judaico")
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