TENTAÇÕES DE SEGUNDA SEMANA nos exercícios espirituais inacianos - Flávio Calazans

Os “Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola”, ou “Exercícios Inacianos”, são uma prática mística dos jesuítas realizada em clausura-isolamento durante quatro semanas.

No decorrer destas semanas de dedicação ao aperfeiçoamento espiritual o mal manifesta-se sempre, invariavelmente, e o mal segue certas regras - nas “Tentações de Primeira Semana” o mal apresenta-se grosseiro e agressivo intimidando e desafiando, é clara e evidentemente identificável como força do mal, nos exercícios é chamado “Força de Mal espírito” ou do Inimigo, ou Demônio.

Os mais fracos ou indecisos desistem do enfrentamento e fogem abandonando a busca espiritual, continuam despreparados e vítimas fáceis de tentações futuras. Nesta semana aprendemos que em “tempo de consolação” nos guia e aconselha mais o Bom Espírito, do BEM, enquanto que, em “tempo de desolação”, quem mais nos influenciaria é o Mau Espírito, do MAL, por isso que “em tempo de desolação não se toma decisão”. Pois muito provavelmente decidiremos erroneamente sob a força do mal que nos cerca neste momento.

Ao contrário, nas “Tentações de Segunda Semana” o mal apresenta-se disfarçado sob o aspecto de bem, de “anjo de luz” (2Cor 11,14), o exercitante-praticante sente inspiração para algo que certamente é bom e dará resultados bons, desde que o afastando de seu objetivo no momento de vivenciar a espiritualidade, atrapalhando, comprando ou seduzindo sua atenção, pervertendo.

Caso ceda o inimigo sabe como o tentar no futuro, o inimigo não ataca frontalmente, é astuto e traiçoeiro e espera a oportunidade, “O Diabo é sábio porque é velho” o mal acumulou experiência e sabe como atuar na alma, nas vontades e desejos de cada tipo de homem ou mulher. Nesta semana faz-se necessário distinguir entre verdadeira e falsa consolação.
A alegria verdadeira é diferente do transitório prazer do pecado, pecado de vaidade, orgulho-soberba, arrogância ou outro que seja o ponto fraco do praticante dos exercícios. Sem humildade a alegria é falso consolação e sim influência do mal dissimulado e mentiroso, a alegria é maldosa e viciosa. A falsa consolação é diferenciada por aonde nos leva, ela tem por objetivo final nos afastar e nos pôr a perder em o que falsamente tem a aparência de bem.

Outro sinal é a pressa, o bem é calmo e paciente, traz a paz interior e o sentimento de estar tudo no ritmo certo, se somos tentados por obter resultados velozes, imediatos e espalhafatosos, certamente tudo nesta linha de pensamentos provém de inspiração do mal. O curso dos pensamentos, no começo, meio e fim devem levar ao bem, se há quaisquer dúvidas em uma das fases certamente é inspirado pelo mal.

Comentários

  1. Por fato a auto indulgência é fruto do espírito fraco. Ao se aperceber de tal, o praticante deverá, ipso facto, aconselhar-se com seu mestre ou deverá procrastinar, sine die, qualquer forma de elevação. haja vista terem-se transcorridos momentos do exercício que poderão dar confronto e provável correção?

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    1. Nas “Tentações de Segunda Semana” o mal apresenta-se disfarçado sob o aspecto de bem, de “anjo de luz” (2Cor 11,14), o exercitante-praticante sente inspiração para algo que certamente é bom e dará resultados bons, desde que o afastando de seu objetivo no momento de vivenciar a espiritualidade, atrapalhando, comprando ou seduzindo sua atenção, pervertendo.

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  2. Recordemos de Santo Inacio de Loyola- Na desolação não tome decisão -


    " A Desolação Espiritual: (é o oposto da Consolação).

    · é a experiência interna da distância de Deus, é a perturbação do coração, impulso para a falta de confiança, à falta de esperança, ao desamor.

    · é toda tristeza interna que nos afasta das coisas de Deus.

    · é todo desânimo de continuar lutando pelo bem.

    · é toda inquietação devida à sensação de ausência ou silêncio de Deus.

    · Nunca tomar decisões quando estiver desolado; manter-se firme nos propósitos do bem"


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