NECRONOMICON o livro proibido

NECRONOMICON : O livro proibido da Biblioteca de Buenos Aires, Argentina.

Flávio Calazans | 15/12/2005

“Uma das maiores bênçãos do mundo, creio eu, é a incapacidade da mente humana em correlacionar todos os seus conhecimentos.”

― H. P. Lovecraft Howard Phillips Lovecraft foi um escritor e bibliófilo, apaixonado por livros e bibliotecas , colecionador de livros, e em sua ficção criou um mito cuja força simbólica perdura até hoje em seus livros, nas adaptaçõespaa cinema e televisão ou histórias em quadrinhos (adaptado na França por Druillet da revista Metal Hurlant), e até em RPG (Role Play Games) e vídeo-games, além de incontáveis websites pela internet.


O mito Lovecraftiano de um livro mágico proibido, o NECRONOMICON, em cujas páginas residem segredos e conhecimentos que prometem poderes inconcebíveis em escala cósmica, seduzindo o seu leitor com o poder de um dos Deuses sobre os quais lemos nas mitologias sumeriana, egípcia, grega, romana, nas sagas nórdicas e em todas as religiões.


Howard herdou a biblioteca do pai, Winfield Lovecraft, falecido em 1898 quando Howard tinha apenas oito anos, tragicamente hospitalizado enlouquecido pela sífilis, Winfield era franco-maçon iniciado em um rito egípcio antigo e aceito pelas lojas derivadas de um ramo maçônico fundado por Cagliostro, Winfield deixou uma ampla biblioteca com diversas atas e manuscritos secretos arcanos que seu filho acabou tendo acesso.


Lovecraft descreve este livro proibido, banido e queimado pelo INDEX, a real e verdadeira lista de livros hereges a serem queimados, uma lista da Inquisição, da Igreja Católica Apostólica Romana.


Os livros proibidos ou apócrifos (como o bíblico LIVRO DE ENOQUE) em sua maioria são os engrimaços, calhamaços, alfarrábios, Grimoires, ou Grimórios, (Black Books, BOOK OF POWER) livros de receitas de magos e alquimistas, diários, atas de reuniões de grupos seletos internos de certos círculos místicos esotéricos, herméticos, livros de ervas medicinais do folclore dos celtas e druidas ou até meros livros de receitas de culinária escritos por mestre-cucas e cozinheiros incompreendidos.


Pode-se citar uma interminável lista destes livros: Livro Negro de São Cipriano, Livro de São Cipriano Capa de Aço, Clavículas de Salomão (ditado pelo demônio Asmodeu, da ira e luxuria, expulso por Tobias após as famosas TRES NOITES DE TOBIAS) , Livro de Cagliostro, Ritual de Alta Magia de Cornélio Agripa, Livro de Alberto Magno, Livro de Conjuração de Honório III o Anti-Papa; Enrichiridion de Leão III, Dragão vermelho, Magia Talismânica da Coruja Negra, Pantáculos de Toledo, Liber Mutus, Vermis Mysteriis , Líber Logaeth de John Dee, Diários de Paracelso, Livro de Honório de Tebas, Livro de Dzyan ou Omni kouumbourm (escrito em dialeto Duríaco, derivado do Curdo do norte do Iraque, pela tribo dos dzugarianos no Tibet), Liber Ivoris de Clarck Ashtonsmith, UnaussPrechlichen Xulten de Von Junzt traduzido por Robert E. Howard (e que serviu de base para que Howard criasse seus personagens literários CONAN e KULL) , Livro de Abramelin em Enoquiano traduzido pelo rabi Abraão- o judeu- para seu filho Lamech em 1458 Depois de Cristo, Bardo Thodol- livro dos mortos tibetanos, Centúrias de Nostradamus (Poesias Proféticas e visões do futuro complementadas pela carta de Michel Nostradamus a seu filho), e muitos, muitos outros.


O Necronomicon seria “The godfather of all grimoires” - o padrinho de todos os livros de receitas mágicas , Lovecraft afirmava haver poucos exemplares manuscritos do Necronomicon, e um deles estaria na Biblioteca da Universidade de Buenos Aires, bem pertinho de todos os brasileiros, na capital da nossa vizinha Argentina, terra do poeta cego Jorge Luiz Borges, autor do conto cabalista “ALEF”.


O suposto NECRONOMICON seria uma tradução apócrifa do livro “EL AZIF-AZIF”, uma onomatopéia referente ao som das asas dos insetos, o zumbido ensurdecedor e apavorante das centenas de asas do enxame de gafanhotos, a LOCUSTA, o enxame noturno que devorará toda a colheita condenando toda a tribo a fome por um ano, um som de horror, um som de medo ancestral, som amaldiçoado em nossa memória racial de agricultores, um som arquétipo do inconsciente coletivo.


“EL AZIF-AZIF” teria sido sido escrito, psicografado ou traduzido de textos orais anteriores e ancestrais pelo poeta louco ABDUL ALHAZED em 730 Depois de Cristo no Iêmen , registrando rituais do Iraque, ou antiga Suméria, ou ainda antes denominada KIENG , terra dos homens de cabelos negros, mesopotâmia, “A Ilha” , o terreno entre os rios Tigre e Eufrates, hoje o conturbado Oriente médio, berço do judaísmo e do Islan muçulmano.


O mago inglês Crowley (correspondente missivista do poeta português Fernando Pessoa) dizia que seu trabalho era resgatar a magia cerimonial sumeriana:


“Our work is therefore historically authentic, the rediscovery of sumerian tradition” Aleister Crowley (apud Simon, NECRONOMICON, editado com introdução por Simon, Avon Books, New Youk, 1977, ISBN 380-75192-5. p. XI).



Simon apresenta até uma tabela comparativa entre Crowley, Lovecraft e a magia sumeriana:










Tabela adaptada do livro NECRONOMICON, editado com introdução por Simon, Avon Books, New Youk, 1977, p.XXXIX. ISBN 380-75192-5.


Os Veneráveis Antigos são o SEXTETO, os Seis Anciãos , representantes das forças cósmicas, extraterrestres, do Kaos e das Trevas, e se pensa que enquanto o bem aproxima, une, coagula alquímicamente, estas são as forças do solve alquímico, a dissolução que afasta:


AZATHOTH: caos primal que habita o âmago do universo infinito , amorfo e irreconhecível , no pólo positivo anima as trevas, no pólo negativo aglutina as forças destruidoras que aniquilam a forma e o pensamento, é o pólo anti-criação, a força destruidora, o fogo holocausto, o sol abrasador do deserto árido que esturrica e resseca.


YOG-SOTHOT: co-regente de azatoth , veiculo do caos, portal daqueles que chegam de alhures, canal de expressão das forças caóticas , inteligência ativa , manfestação positiva do fogo.


NYARLATHOTEP: o caos rastejante, em movimento, éter modelador das formas para os Antigos, mensageiro e servidor das entidades maiores, receptáculo da união das vontades deles.


HASTUR: manifesatação da voz do caos, vingador e destruidor que caminha nos quatro ventos e que não se deve nomear (o sem-nome) representa o elemento ar, fomenta discórdia e conflito.


CTHULHU: aquele que sonha nas profundezas do oceano, nas fossas submarinas, o abismo, metáfora das profundezas interiores da alma humana, do mar do inconsciente coletivo, senhor dos meandros obscuros da mente, iniciador dos sonhos e pesadelos, ele é o elemento água.


SHUB-NIGGURATH: mentor dos Veneráveis Antigos, o único com representação ou forma definida, humanamente acessível, compreensível, é a Grande Cabra Negra dos Bosques, com seus mil filhos, representa o poder dos Antigos manifesto na matéria , no nível vibratório do planeta terra, o deus de chifres das wiccas, das bruxas e feiticeiras, preside os Sabás, corresponde ao elemento terra, mais denso.


Já dos deuses mais antigos, criadores, que opõem-se aos forças do caos, o único nomeado é NODENS, o senhor dos abismos mais profundos.


Astrologicamente, AZATHOTH e YOG-SOTHOT estariam ligados à Constelação do Leão ; NYARLATHOTEP à Via Láctea; HASTUR ao signo e a Constelação de Aquário; CTHULHU ao signo de Escorpião, SHUB-NIGGURATH ao signo e Constelação de Touro.


Já por outro lado, o Deus NODENS e os demais deuses mais antigos originam-se da Constelação de Orion, nativos das proximidades da estrela Betelgeuse.


Todas estas forças são arquétipos, profundas forças primais pré-existentes às imagens arquetipicas judaico-cristãs , anteriores a sistematização da QABALÁ.


Assim, todos os exorcismos conhecidos e formulas de restrição, controle ou banimento-esconjuro-exorcismo são absolutamente ineficazes contra estas pulsões arquetipicas, e uma vez evocadas ou invocadas, convidadas, não podem ser retiradas ou dês-convidadas jamais.


“EL AZIF-AZIF” ou NECRONOMICON, escrito, psicografado ou traduzido de textos orais anteriores e ancestrais pelo poeta louco ABDUL ALHAZED, é uma brincadeira de Lovecraft, um livro que nunca existiu, mero pretexto para sua literatura fantástica de horror, terror.


Tudo isto deve ser meramente encarado apenas como simples entretenimento e literatura, nada para ser levado a sério, um inofensivo passatempo.


Não perca seu tempo com nada relacionado ao Necronomicon ou “EL AZIF-AZIF”, jamais existiu nenhuma cópia na Argentina e nem foi lido ou influenciou o poeta e bibliófilo cego Jorge Luiz Borges.



.bibliografia.


LOVECRAFT, Howard Phillips. History of the necronomicon. Limited memorial ediction . The rebel press, oakman, alabama, [s.d.].


NECRONOMICON, editado com introdução por Simon, Avon Books, New Youk, 1977, p.XXXIX. ISBN 380-75192-5.


O Necronomicon ou o Livro dos Nomes Mortos. Addul Al Hazred. São Paulo: Anúbis, 1997. ISBN 85-86453-02-1.


RPG- Role Play Game –CALL OF CTHULHU. Sandy Peterson & Lynn Willis. Chaosium inc.[1992] .240 páginas.

Comentários

  1. Caro, calazans, creio que vc precisa verificar suas fontes com mais cuidado!! Clark Ashton Smith foi um escritor contemporaneo e amigo de Lovecraft. tendo participado bastante da hj mitica Weird Tales!! Nao escreveu nenhum grimoire nem seu livro poderia constar da bilioteca do PAI de Lovecraft, uma vez que este ultimo, eu repito, era seu contemporaneo!!Vejo que, aqui,como na politica, o amigo considera verdadeiro O QUE O AGRADA...bom dia!!

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    1. E quis dizer que CKS era contemporaneo de HPL, e portanto seu livro nao tem como constar da biblioteca do PAI desse nosso hero'i... o que se divertiu com seus medos!!

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    2. respsta abaixo , Patati não dê Peti !

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  2. Patati, meu texto é de humor e ironia com o "grimorio" Necronomicon, a citação de Liber Ivoris de Clarck Ashtonsmith entre livros proibidos é parte desta brincadeira (e em nenhum momento afirmei ter a listagem do espolio do pai do HPL nem disse ser esta a lista de livros da biblioteca dele vc em seu furor de destruir meu texto imagonou isto nã sei de onde, leia de novo o texto, eu o publiquei em jornal impresso e posso provar não ter alterado depois da sua leitura agressiva e destrutiva), sinto muito se vc levou este texto como um pesquisa séria de um bibliófilo, mas é antes de tudo o mais um divertimento , como 79% do que eu escrevo cujo objetivo é divertir-mem, um dos meus ex alunos de mestrado ficou enfurecido com este texto por ao final de tudo eu desmentir tudo dito antes ao explicar que o necrocomicon não existe, lamento que vc tenha caído nesta pegadinha igual o menino mestrando, sinto muito, mas piada a gente num explica pois é assim que perde a graça, quanto a minhas fontes e meu apreço pela verdade , minha reputação responde por meu renome e vc ser defensor dos crimes lulo petistas não te torna sempre certo em tudo e a verdade nem sempre é monopolio dos stalinistas. Desopile seu fígado antes de postar, fica mal para vc, entendo se vier deletar seu post aqui.Abraços epublicanos e democraticos.

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  3. Registros Akáshicos

    Akasha é uma palavra da língua sânscrita, ancestral do Nepal e da Índia.

    Esse idioma tem o poder de dizer uma frase com um mínimo de palavras, mais do que qualquer outro. Os EUA possuem setores de universidades dedicadas a essa língua.

    A NASA possui departamentos de pesquisas para manuscritos em sânscrito e consideram o sânscrito muito adequado para a compreensão da linguagem dos computadores avançados. Akasha significa céu, espaço, éter e é considerada a substância energética da qual a própria alma é formada.

    De acordo com H. P. Blavatski, é a Alma Universal, a Matriz do Universo, a causa da existência e o espaço infinito. Akáshico é um plano de consciência cósmico, como um grande arquivo, que contém tudo que ocorreu e vai ocorrer no Universo.

    É mencionado na bíblia como o Livro da Vida, e nos textos budistas como as Memórias da Natureza.

    Já os Registros Akáshicos são como uma grande biblioteca energética que contém todas esses acontecimentos à medida em que vão acontecendo e todas as possibilidades futuras. Cada um de nós tem seu livro e seus registros de suas ações, emoções, aprendizados e sabedoria acumulada em várias vidas passadas.

    Já sabemos que o tempo é uma ilusão e estamos vivendo eternamente no agora, mas este agora é uma ilusão causada pelas limitações de nossa mente.

    Podemos acessar o passado através de nossas lembranças e também podemos em raros momentos, ter acesso a lampejos de um possível futuro, por meio de precognições, sincronicidades ou coincidências significativas, pois o futuro é baseado em nossas tendências e nossas probabilidades de executarmos diversas ações. Nesse momento, entramos no campo das teorias dos universos paralelos, onde cada evento pode dar origem a outros e isso é uma possibilidade científica.

    Nesse contexto, os Registros Akáshicos são as matrizes de nossas vidas passadas, presente e futuras. Seria uma existência multidimensional, onde tempo e espaço não existem e todas as partes de nós estão migrando para o que somos agora.

    Também existe a possibilidade de fazermos uma leitura desses registros, quando entramos em um plano vibracional sutil e atingimos uma conexão com esses registros.

    O objetivo dessa leitura não é de prever alternativas para o futuro e sim, uma oportunidade de crescimento pessoal, de expansão da consciência e recebimento de instruções e conhecimento, para termos uma vida mais harmoniosa.

    É um processo de autoconhecimento para ajudar na evolução interior. Isso pode acontecer durante uma meditação ou uma canalização mediúnica.

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