BURRO DE BURIDAN , livre arbítrio, inteligencia artificial, e LEITO DE PROCUSTO - Flávio Calazans

O Burro de Buridan é um paradoxo em filosofia sobre o conceito de livre arbítrio. Uma aporia, antinomia kantiana ou silogismo irregular dilema por vezes acompanham estes paradoxos filosóficos instigantes, usavamos muito a alegoria do BURRO DE BURIDAN (os mais reprimidos e politicamente corretos denominam "asno de Buridan") -

O paradoxo conhecido como o asno de Buridan não foi originado pelo próprio Buridan. É encontrado na obra De Caelo, de Aristóteles, onde o autor pergunta como um cão diante de duas refeições igualmente tentadoras poderia racionalmente escolher entre elas.

Buridan em nenhum momento discute este problema específico, mas sua relevância é que ele defende um determinismo moral pelo qual, salvo por ignorância ou impedimento, um ser humano diante de cursos alternativos de ação deve sempre escolher o maior bem.

Buridan defendia que a escolha devia ser adiada até que se tivesse mais informação sobre o resultado de cada ação possível.

Escritores posteriores satirizaram este ponto de vista imaginando um burro que, diante de dois montes de feno igualmente acessíveis e apetitosos, deveria deter-se enquanto pondera por uma decisão.

Esta questão é motivo de reflexão até hoje, em especial por teóricos da Inteligência Artificial.
"A pouca atenção dada a Buridan parece estar ligada ao fato de ele ter sido um padre secular, ou seja, era um clérigo que não estava afiliado a uma Ordem religiosa. A maioria dos intelectuais da Idade Média Clássica estiveram ligados a ordens como a dos Franciscanos e Dominicanos, essas ordens sempre tenderam a preservar e cultivar a memória e os escritos de seus mestres mais ilustres - o que facilita o trabalho dos historiadores." Wikipedia

Na mitologia grega há um mito que se chama "Leito de Procusto".

Procusto era um gigante que vivia em uma floresta e ele tinha uma cama em sua caverna.

Todos os viajantes que passavam pela floresta eram presos e colocados por ele em sua cama, pois ele entendia que TODOS os seres humanos deveriam ter um certo tamanho que ELE decidiu ser o ideal.

Assim, amarrava as pessoas em sua cama ideal, quem fosse maior do que a cama, Procusto cortava o excesso, amputava pés, tornozelos, pernas até o joelho!

Já quem fosse menor, Procusto esticava girando uma manivela, e presos por punhos e tornozelos a çessoa estivava sendo destroncada e distendendo músculos e tendões, por vezes arrancando braços ou pernas.

O Leito ou Cama de Procusto foi depois uma tortura medieval que vemos em museus de horrores e até em filmes de época.

Procusto representa a visão dogmática e reducionista que almeja FORÇAR a realidade a enquadrar-se em seus preconceitos e teorias.

Epistemologicamente Procusto representa o Cientista Dogmático, seu oposto seria o cientista inovador ou criativo ou revolucionário!

Flavio Calazans.

Comentários

  1. Gostei muito desse artigo e seu desenvolvimento que passa pela idade média e esse mito helênico (?). Mas que isso remonta, para mim, a Sócrates e seu "sei que nada sei", o paradoxo do ignorante, a douta ignorância, que resulta nesse modelo moral muito ruim. Mas o conhecimento não é absoluto, ele é limitado, e isso é científico também. Mas pode levar a esses outros paradoxos.

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