Os 36 JUSTOS

Os Tzadikim Nistarim ou Lamed Vav Tzadikim (ל"ו צדיקים) — são os 36 Justos — ou Pessoas Santificadas, uma noção enraizada no aspecto mais místico do judaísmo. Na gemaria*, ciência esotérica hebraica, Lamed é a letra que representa o número 30 e Vav, representa o número 6. Além disso, 36, significa "vida dupla", sendo duplo de 18, que representa "vida". Tzadikim é o plural de "Justo" [justos, portanto]. Deste modo, as "Pessoas Santificadas" são chamadas de "Os trinta e Seis". Também são denominados Tzadikim Nistarim: "Justos Ocultos", ou "Santos Ocultos".

Segundo a tradição judaica do místico Judaísmo Hassídico ou "Chassídico", bem como em outros segmentos, existem 36 homens [seres humanos] justos cujo papel na vida é justificar a existência da raça humana aos olhos de Deus. A identidade destas pessoas é desconhecida e quando uma delas realiza completamente sua missão neste mundo, morre, e seu lugar é imediatamente assumido por outra pessoa.

O escolhido é, necessariamente, alguém que deve possuir o caráter necessário à condição de Tzaddikim. Porém, se Deus não encontrar sobre a Terra alguém bom, puro, humilde o suficiente para assumir o lugar do Tzaddikim morto, então, o mundo pode acabar no mesmo instante.

Os Lamed-Vav Tzaddikim, são chamados Nistarim, "os ocultos" ou, em tradução livre, os desconhecidos. Nos relatos folclóricos a condição de Nistarim ou, de agir anonimamente, é uma escolha, uma auto-imposição do Justo que usa seus poderes místicos para prevenir desastres e/ou proteger pessoas ameaçadas ou perseguidas. No cotidiano, vivem discretamente, em posições de pouco destaque na comunidade.

Em raras ocasiões, um deles é descoberto por acidente. O segredo não deve ser revelado. Os próprios lamed-vavniks desconhecem sua condição e se uma pessoa alega ser um dos 36, essa pessoa, certamente, está mentindo; porque a principal de virtude de um Nistarim é anavah [humildade]. Uma humildade tão sincera que o Nistarim não pode crer que, ele mesmo, é um dos 36 Justos.

Lamed Vav Tzadikim (ou as 36 pessoas de bem). Eles também são conhecidos como Lamed Vavniks ou, em outra grafia, Lamed Wufniks. Ela diz que existem - e sempre existiram - trinta e seis homens no mundo cuja missão é justificar a existência humana perante a Deus. Eles são os Lamed Wufniks.

Eles não se conhecem e são pessoas comuns que se sacrificam em detrimento dos outros. Sem saber, os Lamed Wufniks são os pilares secretos do universo. Se não fosse por eles, Deus aniquilaria toda a humanidade. Sem tomar conhecimento, eles evitam que o mal aconteça às pessoas à sua volta. Sem nunca se destacar na multidão, sem nunca perder seu anonimato. Sem perceber, eles são nossos salvadores.

Eles são a prova que oferecemos a Deus de que podemos ser bons e puros e, portanto, merecemos seu amor e sua misericórdia. Eles são os bodes expiatórios da humanidade. Na eventualidade de um Lamed Wufnik perceber sua importância, sua morte é certa: nenhum homem pode suportar nem 1/36 do peso do mundo.

Quando um deles sobe aos céus seu estado é de congelamento total e Deus precisa o esquentar por mil anos antes que sua alma possa se abrir ao Paraíso. E é dito que alguns continuam tão inconsoláveis em relação à humanidade que nem Deus consegue esquentá-los. Então, de tempos em tempos, o Criador adianta o relógio do Último Julgamento em um minuto.

No século VII, judeus da Andalusia (uma região na Espanha) veneraram uma rocha com forma de lágrima. Eles acreditavam que a rocha era a alma de um Lamed Wufnik desconhecido petrificada pelo sofrimento.



http://www.sofadasala.com/lendas/lendados36justos.htm

Comentários

  1. “As hostes dos shedim causam danos no mundo, mas apenas de acordo com a força dos sábios de cada geração, ou seja, conforme eles exercem seus poderes aqui no mundo.
    Também há os de enorme poder, de cujo espírito mortal somos salvos de todos os danos, através dos sábios da geração, e assim, suas forças ficam concentradas em um só local. Certamente, é através dos sábios que somos salvos, pois eles também nos fornecem sabedoria, mas os sábios fornecem as informações sobre isso sempre com um selo de proteção. Pois a boca dos sábios é cuidadosa para que não saia algo maléfico, eles sabem a verdade sobre os espíritos malignos e os eventos que eles podem desencadear e revelam, desta forma, apenas o que é útil ao nosso espírito.”
    Rav Tzadok

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    1. Excelente matéria. Muito esclarecedora. Ficar no anonimato nem é questão de escolha, é a única opção sábia a ser seguida. Por mais difícil que seja não poder falar e carregar o fardo sozinho, a opção viável é essa. Ninguém entenderia a existência de poderes destrutivos nas mãos alguém.

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