Entrevista com Augusto dos Anjos apud Petter Baiestorf
Entrevista com Augusto dos Anjos
Uma das raríssimas entrevistas concedidas pelo poeta simbolista Augusto dos Anjos que achei interessante disponibilizar na net como documento histórico de nossa literatura. Entrevista cedida à Dr. Licínio Santos em 1912 (em 1914 Dr. Licínio Santos publicou seu livro “A Loucura dos Intelectuais”, com teorias contrárias as de Max Nordau).
1- O que pode adiantar sobre sua infância?
Augusto: Desde a mais tenra idade eu me entreguei exclusivamente aos estudos, relegando por completo tudo quanto concerne ao desenvolvimento, numa atmosfera de rigorosíssima moralidade, da chamada vida física.
2- Quais os autores que mais o impressionaram?
Augusto: Shakespeare e Edgar Allan Poe.
3- Como faz o seu trabalho intelectual?
Augusto: Durante o dia, quase sempre andando no meio de toda azáfama ambiente ou a noite deitado. Conservo de memória tudo quanto produzo. São muito poucas vezes que me sento à mesa para produzir.
4- O que sente de anormal quando está produzindo?
Augusto: Uma série indescritível de fenômenos nervosos, acompanhados muitas vezes de uma vontade de chorar.
5- Em que idade começou a produzir?
Augusto: Se não me falha o poder da reminiscência, presumo, comecei a produzir muito antes dos nove anos.
6- Quais os trabalhos que deu a luz até a presente data?
Augusto: Um livro de versos, “Eu”.
7- Sofre de insônia, cefaléia ou amnésia?
Augusto: Até esta data não sofro de amnésia. Tenho insônia raras vezes, mas a cefalalgia persegue-me constantemente.
8- Tem continuado os sonhos fantásticos?
Augusto: Quanto a sonhos fantásticos, é também muito raramente que os tenho.
9- Faz uso excessivo de algum excitante intelectual?
Augusto: Sou contra os excessos, o que não me impede de abusar um pouco do café.
Uma das raríssimas entrevistas concedidas pelo poeta simbolista Augusto dos Anjos que achei interessante disponibilizar na net como documento histórico de nossa literatura. Entrevista cedida à Dr. Licínio Santos em 1912 (em 1914 Dr. Licínio Santos publicou seu livro “A Loucura dos Intelectuais”, com teorias contrárias as de Max Nordau).
1- O que pode adiantar sobre sua infância?
Augusto: Desde a mais tenra idade eu me entreguei exclusivamente aos estudos, relegando por completo tudo quanto concerne ao desenvolvimento, numa atmosfera de rigorosíssima moralidade, da chamada vida física.
2- Quais os autores que mais o impressionaram?
Augusto: Shakespeare e Edgar Allan Poe.
3- Como faz o seu trabalho intelectual?
Augusto: Durante o dia, quase sempre andando no meio de toda azáfama ambiente ou a noite deitado. Conservo de memória tudo quanto produzo. São muito poucas vezes que me sento à mesa para produzir.
4- O que sente de anormal quando está produzindo?
Augusto: Uma série indescritível de fenômenos nervosos, acompanhados muitas vezes de uma vontade de chorar.
5- Em que idade começou a produzir?
Augusto: Se não me falha o poder da reminiscência, presumo, comecei a produzir muito antes dos nove anos.
6- Quais os trabalhos que deu a luz até a presente data?
Augusto: Um livro de versos, “Eu”.
7- Sofre de insônia, cefaléia ou amnésia?
Augusto: Até esta data não sofro de amnésia. Tenho insônia raras vezes, mas a cefalalgia persegue-me constantemente.
8- Tem continuado os sonhos fantásticos?
Augusto: Quanto a sonhos fantásticos, é também muito raramente que os tenho.
9- Faz uso excessivo de algum excitante intelectual?
Augusto: Sou contra os excessos, o que não me impede de abusar um pouco do café.
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