Mais do que a proximidade do mar (pois vive em Santos), foi o amor pelos quadrinhos, que levou Flavio Calazans realizar a novela gráfica “A Guerra dos Golfinhos”. Mais roteirista do que desenhista, Calazans, tal como Druillet coloca as figuras humanassem segundo plano. Nos primeiros trabalhos do francês, julgava-se que lhe faltava o domínio do desenho da arquitetura da figura. Com o desenvolver do seu trabalho, porém, notou-se outra leitura: o homem esmagado no meio ambiente. E Calazans, emérito fanzineiro, editor constante de seu trabalho e dos outros, participante ativista do movimento da sobrevivência dos quadrinhos nossos, é um homem multimeios, pesquisador, culto e dedica-se ao magistério. Tal com em Druillet, a sua concepção sobrepõe- se ao desenho do homem. Tanto se fala na dificuldade de se criar super-heróis nas histórias em quadrinhos nacionais, eis que os próprios artistas brasileiros, que teimam, como um herói, em fazer comics made in Brazil são os nossos verdadeiros...