"Fahrenheit 451, de Ray Bradbury " recorda Flávio Calazans deste trecho reflexivo
Livro Fahrenheit 451, de Ray Bradbury e publicado há quase sessenta anos, o capitão Beatty tem uma conversa com o subversivo Montag. Destaco um trecho da conversa que me parece mais atual do que nunca:
“Se você não quer que uma pessoa seja politicamente infeliz, não lhe dê os dois lados de uma questão para se preocupar... Se o governo for ineficiente, autoritário e perdulário, é melhor ser tudo isso sem que as pessoas se preocupem com essas coisas. Paz, Montag. Dê as pessoas concursos que elas ganham lembrando-se dos nomes das capitais ou do Estado que produz mais petróleo. É melhor entulhá-las de dados não combustíveis, entupi-las com tantas “informações” que elas se sintam enfastiadas, mas muitíssimo “brilhantes”. Aí elas acham que estão pensando, ficam com uma impressão de estar em movimento sem se mexer. E ficarão felizes porque os fatos dessa espécie não se modificam. Não lhes dê coisas escorregadias como filosofia ou sociologia para embrulhar as coisas. Esse é o caminho da melancolia. Qualquer homem que seja capaz de desmontar uma televisão mural e montá-la
de novo (e hoje em dia quase todo mundo sabe fazer isso) é mais feliz do que o homem que tenta calcular, medir e equacionar o universo, que simplesmente não se deixa medir ou equacionar sem fazer com que o homem se sinta vil e solitário”.
Livro "Fahrenheit 451", de Ray Bradbury e publicado há quase sessenta anos, o capitão Beatty tem uma conversa com o subversivo Montag.
ResponderExcluirDestaco aqui um breve trecho da conversa que me parece mais atual do que nunca:
“Se você não quer que uma pessoa seja politicamente infeliz, não lhe dê os dois lados de uma questão para se preocupar...
Se o governo for ineficiente, autoritário e perdulário, é melhor ser tudo isso sem que as pessoas se preocupem com essas coisas.
Paz, Montag. Dê as pessoas concursos que elas ganham lembrando-se dos nomes das capitais ou do Estado que produz mais petróleo.
É melhor entulhá-las de dados não combustíveis, entupi-las com tantas “informações” que elas se sintam enfastiadas, mas muitíssimo “brilhantes”.
Aí elas acham que estão pensando, ficam com uma impressão de estar em movimento sem se mexer.
E ficarão felizes porque os fatos dessa espécie não se modificam.
Não lhes dê coisas escorregadias como filosofia ou sociologia para embrulhar as coisas.
Esse é o caminho da melancolia.
Qualquer homem que seja capaz de desmontar uma televisão mural e montá-la de novo (e hoje em dia quase todo mundo sabe fazer isso) é mais feliz do que o homem que tenta calcular, medir e equacionar o universo, que simplesmente não se deixa medir ou equacionar sem fazer com que o homem se sinta vil e solitário”.