“Temos de destruir a cidade para a salvar.”



“Temos de destruir a cidade para a salvar.”
Flávio Calazans

A Devir está lançando o álbum de QUADRINHOS DE AUTOR "Dreadstar – A odisseia da metamorfose" (formato 25,5 x 27,5 cm, 128 páginas, R$ 53,00), publicado em episódios na revista EPIC em 1980 chega a ser traduzida e publicada no Brasil em 2011 com uns vinte aninhos atrasado.

Jim Starlin é um dos poucos autores de quadrinhos dos USA, autor no sentido de quadrinho autoral ou de arte, similar ao Cinema de Autor de um Felini, Kurosawa, etc.

Seus quadrinhos refletem sua buscac espiritual ("DARKLON o MISTICO" - publicado no Brasil na revista KRIPTA) ou suas experiencias de vida (a morte de seu pai por câncer retratada no álbum "A morte do Capitão Marvel") e as meditações de Shang Chi no "Mestre do Kung Fu", também criando a versão definiva do anarquista personagem WARLOCK que luta contra si proprio, em uma versão do futuro que voltou no tempo e teve corrompidos pela vivência cada um de seus ideais, além de criar o personagem THANOS e todas as crises e reformulações épicas onde Thanos aparece.

Starlin criou uma SAGA de proproções cósmicas inspirada no caso que viu na TV da Aldeia My Lai no Vietnam.

"My Lai (em vietnamita: thảm sát Mỹ Lai) é o nome da aldeia vietnamita onde, em 16 de março de 1968, centenas de civis, na maioria mulheres e crianças, foram executados por soldados do exército dos Estados Unidos, no maior massacre de civis ocorrido durante a Guerra do Vietnã.

Antes de serem mortas, algumas das vítimas foram estupradas e molestadas sexualmente, torturadas e espancadas. Alguns dos corpos também foram mutilados.

O massacre que durou várias horas de caça a sobreviventes, só foi interrompido por iniciativa de um piloto de helicóptero, Hugh Thompson, Jr., que vendo do alto a matança e o assassinato de civis feridos, pousou o aparelho e ameaçou atirar com as metralhadoras de sua própria nave contra soldados americanos.

"A quando da tomada de Hué pelos vietcong, resultante da ofensiva do Tet (ano novo) em 1968, um oficial do exército norte-americano disse: “Temos de destruir a cidade para a salvar.”

Starlin chocado com o conceito de “Temos de destruir a cidade para a salvar.” ampliando para "Temos que DESTRUIR a GALAXIA VIA LACTEA para a salvar!"

Desta premissa ad absurdum surge a Odisséia da metamorfose, os primeiros capitulos são a nankin em preto e branco, quando o grupo todo é reunido de planeta em planeta surgem as cores, daí Starlin dá um show desenhando sobre páginas vermelhas em negativo e testando todas as tecnicas e materiais de desenho e pintura existentes a serviço de uma narrativa monumental que desbobrou-se em diversas "Grafic Novels" (Como Will Einer chamava os álbuns de quadrinhos) e uma revista mensal, chegando até a FILHA DE DREADSTAR que combate um pai tão despótico , tirano e marionete político quanto os governantes que destronou.

Acompanho desde a origem esta série e as obras de Jim Starlin, que com Crumb e Vaung Bodé são meus autores norte americanos prediletos (opinião minha, Calazans), e esta obra não pode faltar na estante de nenhum colecionador de quadrinhos adultos (não, adulto não significa nada de nudez ou erotismo, digo adulto pelos questionamentos politicos- religiosos- militares- filosóficos-esotéricos e ideológicos muito atuais com a queda de ditadores islamicos e Guerras dos Usa no Afeganistão e por todo Oriente Médio).

Este pequeno artigo vai ser muito plagiado pela internet, mas não pude ficar calado frente a esta obra magistral, que muitos vão ler mas poucos vão ter maturidade para entender a profundidade das metáforas e das vivências do autor manifestas neste épico que deve ficar na estante ao lado de Watchman, SAGA DE XAM , Jodelle, Pravda, e as obras de Moebius , CAZA e Bourgeon.

http://viagemcordeacafrao.blogspot.com/2011/09/guerra-da-america.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dreadstar
Dreadstar: a Odisseia da Metamorfóse
História & Arte: Jim Starling
Acabamento: Brochura com laminação fosca com reserva de verniz e orelhas
Miolo: 128 páginas coloridas em papel couchê 115 g/m²
Formato: 21,0 cm × 27,5 cm
ISBN: 978-85-7532-490-5 DEVIR

http://www.devir.com.br/hqs/dreadstar_v01.php

"James P. Starlin nasceu em 9 de outubro de 1949, na cidade de Detroit, Michigan, EUA, e estudou em escola católica. Ele serviu na Marinha americana de 1968 a 1971 como fotógrafo. Starlin fez parte da geração de artistas e escritores que cresceram como fãs das histórias em quadrinhos da Era de Prata da Marvel. Certa vez, numa convenção, chegou a afirmar que tudo o que aprendeu na arte de fazer quadrinhos foi graças a Steve Ditko e Jack Kirby.

Depois de escrever e desenhar diversas histórias em quadrinhos para fanzines, ele finalmente estreou no meio em 1972, trabalhando para Roy Thomas e John Romita na Marvel Comics.

Seu primeiro trabalho foi como retocador e arte-finalista para a revista Amazing Spider-Man. Em seguida, ele desenhou três edições de Iron Man, onde apresentou seu personagem Thanos. Então, recebeu a chance de dese­nhar uma edição do título do Capitão Marvel. Starlin assumiu como roteirista na edição seguinte e começou a desenvolver uma saga elaborada e centrada no vilão Thanos que se desenrolou por diversos títulos da Marvel.

Esse evento foi tão importante, que permaneceu como parte do universo ficcional da editora. O autor deixou o título do Capitão Marvel uma edição após ter concluído a saga de Thanos e escreveu e desenhou A Morte do Capitão Marvel, uma graphic novel que marcou época.

Entre seus principais trabalhos podemos citar algumas histórias para as revistas de personagens famosos como Capitão Marvel, Homem-Aranha, Homem de Ferro, Batman, Dr. Estranho, Mestre do Kung Fu,
Surfista Prateado, além das séries Dreadstar, Gilgamesh II, Breed, Odisseia Cósmica, A Morte dos Novos Deuses, a reformulação do personagem Warlock e todas as sagas cósmicas envolvendo o personagem Thanos."

Comentários

  1. IMPERDÍVEL é dizer pouco, este é um verdadeiro clássico, tenho UMA PRATELEIRA de minha biblioteca só para Jim Starlin e este é seu trabalho autoral mais significativo !

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  2. Jim Starlin é Rosacruz, lutou no Vietnan, a MORTE DO CAPITÃO MASRVEL é inspirada na morte do pai dele, sua obra , mesmo em quadrinhos dos USA, é autoral ! O conjunto dreadstar é insuperável, é um mundo inteiro, épico , complexo, com politica e religião em doses menores que uma Saga de Xam , maS desconheço obra igual, ainda tem DARKLON e outros, Dreadstrar vira imperador e sua filha criada escondida e com a espada é que o mata, pois como WARLOCK o poder o corrompeu igual , o conjunto de centenas de páginas é genial ! Jim Starlin é meu preferido junto com Crumb, Richard Corbem e Vaung Bodé nos EUA, este álbun publicado pela Devir a ODISSEIA METAMORFOSE, pra mim é a SAGA DE XAM dos americanos

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  3. Jim Starlin é Rosacruz, lutou no Vietnan, a MORTE DO CAPITÃO MASRVEL é inspirada na morte do pai dele, sua obra , mesmo em quadrinhos dos USA, é autoral ! O conjunto dreadstar é insuperável, é um mundo inteiro, épico , complexo, com politica e religião em doses menores que uma Saga de Xam , maS desconheço obra igual, ainda tem DARKLON e outros, Dreadstrar vira imperador e sua filha criada escondida e com a espada é que o mata, pois como WARLOCK o poder o corrompeu igual , o conjunto de centenas de páginas é genial ! Jim Starlin é meu preferido junto com Crumb, Richard Corbem e Vaung Bodé nos EUA, este álbun publicado pela Devir a ODISSEIA METAMORFOSE, pra mim é a SAGA DE XAM dos americanos

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  4. Jim Starlim por Flávio Calazans em Calazans zans zans Jim Starlim

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  5. Jim Starlin tem grandes obras. Esse que falas em particular não conheço, ou seja, nunca li. Fica a dica, obrigado!
    ;)
    Abraço

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  6. me lembro do Dreadstar, do Darklon o místico e do Adam Warlock, acho que era desenhado pelo Jim Starlim nas edições da Abril , Kripta, se não me engano. Na época se comprava quadrinhos com o troco da padaria e ainda sobrava rss rss e olha que eu vivia desempregado na época rss hoje um gibi chega a custar 100 reais, elitizaram os quadrinhos ou eu que fiquei mais pobre?Esses gibis eu lia junto com os livros do John Baines, pseudônimo de Dario Sallas Sommer, um escritor chileno meio doidão, eu lia em espanhol pois no verão aparecia muitos turistas argentinos aqui em SC e a gente trocava livros numa época que não tinha internet e as pessoas conversavam mais.

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