"FILOSOFIA PERENE" o "PERENIALISMO" de Renê Guénon e a "contra-iniciação" - crítica de Flávio Calazans zans zans

"FILOSOFIA PERENE".

Rene Guénon e Schuon desenvolveram uma teoria de esoterismo chamado "Escola Perenialista", doutrina esta segundo a qual em cada tradição mística ou religiosa há elementos em comum com as outras religiões, e estas seriam as "VERDADES PERENES" que permanecem.

A "Filosofia Perennis" foi descrita por Mark Sedwick como um corpo de conhecimentos ou axiomas a respeito dos fundamentos da existência que permanece (perene) mesmo adaptado a símbolos e particularidades de cada povo, cada idioma, cada ambiente.

Como os "Princípios do Direito" descritos pelo jovem Savigny contra a defesa do Código Napoleônico por Rudolph Von Jhering.

Hoje nos tratados de "Direito das Gentes" (Direito Internacional Público) já foram codificados os "SETE PRINCIPIOS" do Direito, a maioria já presentes nos brocados do bispo de Worm, Buchard, são aquelas frases em latim do "Direito Romano", preservados e mantidos pelo "Direito Canônico" da Igreja Católica Romana.

Tais 7 principios seriam eternos, "perenes" ou permanentes e internacionais, validos para todos os povos em todas as épocas.

Seriam a base do "JUSNATURALISMO" ou "Direito Natural".

Tais aforismos ou axiomas expressando verdades "perenes" são semelhantes ao posterior conceito de "arquétipo", criado pelo médico Carl Gustave Jung.

Assim o "Perenialismo" de Guénon constituiu-se em uma doutrina convincente que atraiu inuneros adeptos.

Porém, na verdade, esta expressão "SOPHIA PERENIS" fora criada muito antes, no Século XV, pelo bibliotecário do Vaticano "Agostinho Steuco", ao descrever a obra de "Masílio Ficino" o qual buscava adequar a filosofia grega de Platão ao cristianismo, argumentando que as verdades de Jesus Cristo podiam ser encontradas em doutrinas muito mais antigas e de povos distantes entre si, com a ilustrativa metáfora de tais verdades de Deus serem um tronco de onde saem os galhos de todas as religiões e filosofias.

Guénon aparentemente apropriou-se do termo "Filosofia Perenis" do bibliotecário do Vaticano "Agostinho Steuco", o verdadeiro criador desta expressão.

Para Guénon todas as religiões tradicionais seriam caminhos legítimos para a "iniciação" a sabedoria "PERENE".

Hinduísmo, Taoismo, Zoroastrismo, Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, todas teriam "pedaços" da "Filosofia Perene" e todos exercem práticas as quais levariam igualmente à verdade eterna de Deus.

Por outro lado, Guénon adverte que, ao contrário da verdadeira "iniciação" nestas religiões tradicionais, as quais contém as eternas verdades "perenes", haveria a perniciosa "contra-iniciação" em pseudo- tradições de doutrinas falsas que nos afastam das verdades divinas "perenes".

Guénon afirma que todos os esoterismo modernos causariam um rompimento grave com a "Filosofia Perene" causando um isolamento espiritual e um consequente afastamento diabólico da vontade de Deus, o que leva a erros, confusão, e até ao descrédito e perda da fé, assim causando o Materialismo ateu e uma crença desmedida na "Ciência" como substituto da fé.

Guénon faz duras críticas ao espiritismo kardecista (1924 )e à Teosofia da madame Blavatsky (1921) as condenando como falsas doutrinas cuja "contra-iniciação" afasta seus praticantes das verdades perenes da vontade de Deus.

Por outro lado a Igreja Católica Romana teria esquecido das verdades "perenes" afastando-se da vontade de Deus (assim causando a reação separatista do protestantismo de Lutero, Henrique VIII auto-noneado Papa da Igreja Anglicana, dos Amish, Mormons e o ponto extremo da doutrina e prática do reverendo Jim Jones da Guiana).

Somente as Igrejas Católicas Ortodoxas ainda estariam mantendo as verdades "perenes", mas com o perigo de serem contaminadas pelos erros do papado romano ou por infiltracoes políticas, como Gramsci ensinou com agentes da KGB minando por dentro as verdades perenes.

Seria impossível a conversão ao Judaísmo pois é a religião dos nascidos numa das doze tribos do povo de Israel, bem como também seria impossível a conversão ao Hinduísmo sem ter nascido numa das castas da Índia.

A conclusão de Guénon é a que nos dias atuais apenas o Islam teria garantidas as práticas das verdades "perenes" e porisso converteu-se ao mundo muçulmano, saiu da Europa indo morar nos paises do Alcorão praticando a lei civil da Sharia e exercendo as doutrinas esotéricas Sufi nas Tariqas.

Fonte.

Vídeos de Olavo de Carvalho

e o curso e livro de Ronald Robson "Conhecimento por Presença - em torno da Filosofia de Olavo de Carvalho". Campinas. VIDE editorial. 2020. Página 557 e seguintes.

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