O DESEJO INFINITO DO SER HUMANO NUNCA SERÁ SACIADO POR TODA A VIDA
Nosso desejo nunca está satisfeito.
Fomos feitos para desejar sempre mais.
Nosso desejo é infinito.
Pois fomos criados para desejar estar com Deus, e Deus é presença e é amor infinito.
Assim ensinou o advogado escolhido como o único porta-voz pessoal do Imperador de Roma, hoje conhecido pelo nome de Santo Agostinho.
Vaticano, 22 Ago. 10 / 12:55 pm (ACI).- Em sua mensagem aos participantes do 31º encontro do Rimini do movimento Comunhão e Liberação, o Papa Bento XVI ressaltou que "quem encontrou a Deus, encontrou tudo" pois "as coisas finitas podem dar um pouco de satisfação ou alegria, mas só o infinito é capaz de encher o coração do homem".
"Só Deus basta". Somente Ele sacia a fome profunda do homem, quem encontrou a Deus, encontrou tudo e, citando Santo Agostinho, recordou que "nosso coração está inquieto até que não descanse em Ti".
"Deus, veio ao mundo para despertar em nós a sede das ‘coisas grandes’.
Isto se vê na página evangélica de inesgotável riqueza que narra o encontro de Jesus com a samaritana do qual Santo Agostinho nos deixou um comentário luminoso.
Aquela mulher como para habitualmente foi tirar água do poço de Jacob e se encontrou a Jesus sentado, ‘cansado da viagem’, no calor do meio-dia e depois de haver-lhe pedido beber, é Jesus mesmo o que oferece a ela a água, não uma água qualquer mas uma ‘água viva’ capaz de aplacar a sede".
O Papa destaca que "Deus tem sede de nossa sede Dele, o Espírito Santo, simbolizado pela ‘água viva’ da qual fala Jesus é precisamente aquele poder vital que aplaca a sede mais profunda do homem e lhe dá a vida total, aquela vida que ele procura e espera sem conhecê-la".
Bento XVI também se refere em sua mensagem aos discípulos de Emaús que vivem em relação a Jesus a mesma experiência e é também o Senhor o que faz "arder o coração" dos dois discípulos enquanto caminhavam "com o rosto triste".
Os discípulos de Emaús ao retomar vida ao chegar à casa "insistiram" para que permanecesse com eles: "Permanece conosco Senhor". É a expressão do desejo que palpita no coração de todo ser humano.
Este desejo de "coisas grandes" deve transformar-se em oração.
Os Padres da Igreja, prossegue, sustentavam que rezar não é outra coisa que transformar em desejo veemente do Senhor.
Em um belíssimo texto Santo Agostinho, continua Bento XVI, define a oração como expressão de desejo e afirma que Deus responde alargando nosso coração: "A Deus podemos pedir tudo, todo aquilo que é bom. A bondade e a potência de Deus não conhecem limite entre coisas grandes e pequenas, materiais e espirituais, terrestres e celestiais. No diálogo com Ele -levando nossa vida ante seus olhos, aprendemos a desejar as coisas boas, em definitiva, a Deus mesmo".
O Papa mencionou logo Dom Luigi Giussani, fundador de Comunhão e Liberação cujo falecimento ocorreu há cinco anos, e recordou que ele repetia que só Deus é o "caminho para a realização dos desejos mais profundos do coração do homem".
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