CURTA METRAGEM
Vivemos a Era do Minuto, onde os grafites-pichações são a arte mural vista de relance de dentro do carro em movimento, onde a literatura é a prosa do microconto “para ser lido entre estações do metrô” e da poesia visual pós-concreta que é lida em frações de segundo.
Nossa atenção é amestrada-treinada para as histórias de 30 segundos dos comerciais de TV e este ritmo impõe-se nos “Festivais Minuto” de videoarte de 60 segundos e videoclips mais curtos.
A sensibilidade do homem contemporâneo é fragmentada e veloz no alucinante ritmo urbano americanizado das megalópoles superpopulosas como Tokyo, New York e São Paulo, onde a qualidade de vida cai vertiginosamente no ritmo de um almoço do McDonald’s.
Dominados pelo estilo de vida americano, consumimos seus programas de TV, produtos industriais consumistas; o mesmo acontece com as Artes Plásticas, as História em Quadrinhos e a música, sendo que o cinema não seria excessão da hegemonia norte-americana.
Neste quadro de construção cultural e monopólio velado, de dumping dos cartéis econômicos é que surgem os movimentos de resistência nacionais, a MPB, o teatro, a literatura independente, os fanzines e revistas de quadrinhos alternativos, etc.
Porém, o cimena é uma atividade coletiva que envolve, tal qual o teatro, figurinhas, cenógrafos, iluminadores e diversos técnicos além dos roteiristas, diretor e atores.
A este mundaréu de gente ainda soma-se o custo do material - filme, revelação, dentes, câmeras, edição, efeitos especiais-trucagens, meses de ensaio e outros de filmagens, etc.
Um longa metragem custa no mínimo US$ 800 mil para ser pobre e precário no orçamento e é um investimento cujo retorno é lento, necessita de distribuiçào das diversas cópias de salas de exibição, de publicidade em jornais, cartazes, etc.
Tudo isto esbarra na máfia americanizada que bloqueia a distribuição, tenta abafar o lançamento estreando junto com o nacional uma superprodução americana com apoio multimídia de jornais, revistas, outdoors, rádio e televisão que faz passar despercebida a manifestação cultural brasileira.
Ora, se o longa metragem mais pobre e simplório custa US$ 800 mil e enfrenta esta concorrência desleal que desamina e desestimula o cineasta local, o mais lógico é não arriscar as economias, e nenhum patrocinador iria investir neste setor de alto risco e retorno incerto.
Enquanto isto, um curta metragem custa US$ 25 mil, tem poucos atores e é filmado e editado em poucos meses ou mesmo semanas, apresentado-se como mais viável, uma saída econômica que inclusive vai de encontro à tendência da sensibilidade de hoje, veloz e cuja atenção resiste apenas a alguns minutos.
Isto explica a produção brasileira de curta metragens. Um exemplo estatístico: em 1991 o Brasil produziu 06 (seis) longa-metragens e 85 (oitenta e cinco) curta-metragens. Este números falam por si próprios desta tendência e do cenário, do quadro exposto. A saída encontrada pela criatividade do cineasta brasileiro é o curta-metragem.
minhas HQs mais elogiadas eram curtas e diretas, tiro da minha experiencia, "ABSURDO sob hipnose, o Álbum" um diretor de arte me disse que só servia pra dar inveja em diretor de arte, vendeu mal ... uma razão era a capa num ter ação, tem de ter movimento, VERBO , ação
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